A celebração da criação, o tributo à ousadia. Situada entre as ruas Irmã Serafina, General Osório, Conceição e Boaventura do Amaral, a praça Carlos Gomes é um dos símbolos de como Campinas se destaca quando tem a coragem de se reinventar, de pensar o novo, e tudo isso em homenagem ao seu maior nome artístico.
Durante muito tempo, desde a fundação da cidade, o local foi usado como lixão e, também, como espaço para o ofício das lavadeiras. Em 1848, recebeu a denominação de Praça do Passeio. Em 1880 já era batizada com o nome do Carlos Gomes. No final do século 19, com a chegada das palmeiras imperiais, a praça começou a receber outro tratamento. Em 1882 ganhou um chafariz e bebedouro para animais.
No início do século 20, um projeto urbanístico durante o governo municipal de Heitor Penteado deixou a praça Carlos Gomes bem próxima do perfil atual. A vocação para as artes era evidente e a vizinhança com o Cine Voga, infelizmente extinto como outros cinemas do centro, é um emblema nesse sentido.
Não por acaso, é a praça o território que mais lembra o maestro e compositor Antônio Carlos Gomes, principal ícone do potencial criativo campineiro. A lembrança fica ainda mais forte, na medida em que a praça está ao lado da Escola Carlos Gomes, uma das principais referências no setor educacional.
A maior ligação afetiva da Carlos Gomes com o maestro acontece, é claro, em função da presença do coreto, bem no centro. O coreto data de 1913, quando a praça foi remodelada, com base em projeto de Juvenal Kirstein e Calixto Marin, orientados pelo grande arquiteto Ramos de Azevedo, que também tem uma biografia muito ligada a Campinas.
Ao longo do século 20, a praça Carlos Gomes se firmou como ambiente de encontros, de música, de convivência. Entre as décadas de 1980 e 1990, sofreu com a decadência que atingiu toda a região central, mas desde o início do século 21 está em curso um processo de reocupação criativa, pela população do entorno e com a realização de eventos de massa como o Chefs na Praça, blocos de Carnaval e outros. São eventos que mostram como o centro tão sofrido pode voltar a brilhar, sempre que a população é convidada para iniciativas que primam pelo respeito ao bem público.