A poucos metros do Largo do Carmo, chega-se à Praça Visconde de Indaiatuba, consagrada como Largo do Rosário no coração do povo. Durante décadas, funcionou nesse sítio histórico a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, derrubada sob fortes protestos na década de 1950. O templo foi uma das vítimas da devastadora metamorfose na região central, reconfigurada, sob a égide do Plano Prestes Maia, para dar lugar a ruas e avenidas espaçosas, condizentes com a sociedade do automóvel.
Mas o Largo do Rosário continuou pulsando, e é o território preferido para as manifestações populares. Palco de grandes comícios nas campanhas das Diretas Já (1984) e do Fora Collor (1992), ágora contemporânea, como na grande mobilização do junho de 2013. No Largo do Rosário, Campinas professa a sua comunhão de afetos, irriga o sentido do pertencimento, cultiva os encantos do espírito republicano, mesmo que não esteja mais próximo da sede do Palácio da Justiça – o Fórum foi transferido da praça ao lado, denominada Guilherme de Almeida, para a Cidade Judiciária, como mais um sinal do esvaziamento do Centro.