CCLA, a inteligência

Não muito distante dos Largos do Carmo e do Rosário, na rua Bernardino de Campos, um prédio Art Déco, estilo requisitado nas primeiras décadas do século 20, abriga o Centro de Ciências, Letras e Artes (CCLA). É o ideal republicano em estado puro, é a aposta na inteligência, na ciência e na cultura como fundamentos para avanços civilizatórios.

Idealizado pelo advogado César Bierrenbach (1872-1907), o CCLA foi fundado em 31 de outubro de 1901, por um grupo de intelectuais,  jornalistas e cientistas, muitos deles ligados ao Instituto Agronômico. Com essa grande influência, grande parte dos primeiros debates tinha motivação científica. A maior parte dos artigos da primeira fase da “Revista do Centro de Ciências, Letras e Artes” era de questões científicas. O tema principal do primeiro número, de 1902, foi “Devastação das Matas”.

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Com o tempo predominaram as ações no campo das artes. O CCLA sediou, junto com São Paulo, a primeira exposição de Lasar Segall no Brasil (em 1913), ponto de partida da pinacoteca, hoje com mais de 140 obras. Na década de 1950, o Centro contou com o primeiro cineclube de Campinas – e o CCLA sediaria o primeiro festival nacional de super-8, entre os anos 1970/80. Em junho de 1958, a publicação do CCLA divulgou o manifesto do Grupo Vanguarda, revolução nas artes. Um dos frutos do grupo é o Museu de Arte Contemporânea de Campinas(MACC), de 1965.

O CCLA conta com rica biblioteca de livros históricos, auditório onde são realizadas apresentações musicais e sala de exposição com eventos mensais. E o Centro é a sede do Museu Carlos Gomes e do Museu Campos Salles, duas grandes referências: o maestro e compositor e um dos líderes do movimento republicano, segundo presidente civil, entre 1898 e 1902.

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