Ferrovias, o grande salto

No princípio foi a cana, responsável pelo primeiro ciclo econômico de Campinas, por sua inserção no mercado internacional e pela elevação da Freguesia à categoria de Vila, em 14 de dezembro de 1797. O açúcar era um dos produtos mais importantes do comércio global no final do século 18, mas já em fevereiro 1842, quando a Vila de São Carlos se tornou a cidade de Campinas, o café despontava como o grande pilar econômico local e regional. Na década de 1870 vieram as ferrovias e, com elas, a cidade consolidou a sua importância como polo econômico e político – pelos trilhos circularam a riqueza do café e o aroma do republicanismo.

Primeiro foi a Companhia Paulista, fundada em 1867 e inaugurada a 11 de agosto de 1872, ligando Campinas a Jundiaí. Três anos depois aconteceria a inauguração da Companhia Mogiana, entre Campinas e o Sul de Minas Gerais, no trajeto do antigo Caminho de Goiás, primeira ligação, por terra, a partir da capital. Com a abertura do ramal entre Campinas e o arraial de Sousas (20 de setembro de 1894) e da Companhia Funilense, entre Campinas e Cosmópolis (18 de setembro de 1899), a região se fortalecia como polo ferroviário, sinalizando a vocação para a logística.

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Durante muito tempo, a  Estação da Paulista foi o principal portal de contato de Campinas com o mundo e vice-versa. Espaço para o encontro de pessoas, culturas e afetos. Em 2001 circularam os últimos trens de passageiros, no trecho Campinas-Araraquara.  Em 2003 o espaço passou a ser utilizado para atividades artísticas e culturais. Data de 2011 o nome Estação Cultura, funcionando no prédio que, na realidade, era o segundo a abrigar a estação principal da Companhia Paulista, inaugurado em 1884.

Assim, o prédio em estilo gótico vitoriano é hoje a plataforma de novas linguagens na arte. A conexão de Campinas com a cultura viva, a nova coloração do ideal republicano.

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